Em fins do século XVII, a porção extremo sul da vila do Recife sofreu um acelerado processo de crescimento urbano que só foi possível através da execução de vários e sucessivos aterros sobre um imenso banco de areia que surgia na maré baixa. Construções como a Fortaleza da Madre de Deus e São Pedro — comumente conhecida como Forte do Matos — e o convento da Madre de Deus são os eventos inaugurais desse crescimento espacial. Em nosso trabalho discutimos, sob o aspecto dos instrumentais técnicos e teóricos da arqueologia, os perfis destes aterros, avaliando as técnicas construtivas, a ocorrência de trocas culturais e os usos dos novos espaços surgidos nas primeiras décadas do setecentos.
Essas análises arqueológicas permitiram perceber algumas feições das disputas do poder local, que tinha na posse ou no gerenciamento dos espaços a materialização do poder em exercício e do poder de mando. Com isso, aliando-se aos dados históricos, buscou-se avaliar se as distintas fases desse crescimento foram antecedidas por planejamentos locais ou não. Pois a colônia não estava livre dos interesses da metrópole dominante que, em função do comércio transatlântico, permitia, proibia ou limitava as ações de melhorais estruturais na área portuária da povoação do Recife, buscando assim garantir os lucros comerciais e a manutenção de seu distante poder reinol.
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